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Quando o Oriente se encontra com o Ocidente: ligar redes de ervas marinhas

A conservação de ervas marinhas tem vindo a tornar-se um tema de crescente interesse, não somente para a comunidade científica, mas também para os gestores das zonas costeiras e os legisladores. Não é de surpreender, tendo em conta a função importante que desempenham na manutenção da biodiversidade, no apoio da segurança alimentar e na prestação da miríade de serviços ligados aos ecossistemas vitais para sustentar o bem-estar humano.

Na África Ocidental, as pradarias de ervas marinhas têm um potencial enorme. No entanto, são necessárias investigações profundas para determinar a sua distribuição espacial, bem como para implementar um sistema de monitorização que leve em conta as necessidades e os meios disponíveis na região. Este é um dos principais objetivos do projeto ResilienSEA, lançado em 2018, que visa ajudar sete países da África Ocidental (Cabo Verde, Mauritânia, Senegal, Gâmbia, Guiné-Bissau, Guiné e Serra Leoa) a melhor gerir este habitat fundamental, mas em grande parte negligenciado.

Os esforços realizados pelo projeto ResilienSEA baseiam-se essencialmente em reforçar as capacidades dos técnicos envolvidos na gestão das pradarias de ervas marinhas. Desta forma será assegurada a continuidade das ações do projeto além do seu encerramento, em 2022.

Equipa do projeto ResilienSEA da Guiné-Bissau. Crédito: Rob Barnes, GRID-Arendal

Enquanto parte dos nossos esforços de intercâmbio de conhecimentos e experiências, bem como de estabelecimento de parcerias com outras redes de ervas marinhas regionais, a ResilienSEA deslocou-se à Maurícia para participar no 11.º Simpósio Científico da Associação de Ciência Marinha do Oceano Índico Ocidental (WIOMSA – Western Indian Ocean Marine Science Association), realizado entre os dias 1 e 6 de julho de 2019. Ali, a equipa participou no workshop organizado pela Rede de Ervas Marinhas do Oceano Índico Ocidental (WIOSN – Western Indian Ocean Seagrass Network). A WIOSN pretende desenvolver métodos normalizados para a cartografia e monitorização das ervas marinhas na região do Oceano Índico Ocidental a fim de obter um panorama abrangente da distribuição e dinâmica das ervas marinhas, bem como informar a gestão. O workshop ofereceu uma oportunidade sem precedente para a nossa equipa conhecer as melhores práticas utilizadas pela WIOSN, bem como redes globais, como a SeagrassWatch e a Rede Internacional de Especialistas em Ervas Marinhas (International Seagrass Experts Network).

Participantes do workshop da WIOMSA. Crédito: Rede de Ervas Marinhas do Oceano Índico Ocidental (WIOSN)

Os ecossistemas ligados às ervas marinhas têm recursos limitados, são negligenciados e estão sob ameaça. O nosso conhecimento dos impactos das alterações climáticas e de outras pressões antropogénicas sobre estes ecossistemas é limitado quando comparado com outros habitats costeiros e em especial os terrestres. Ao promover parcerias entre redes que se estendem por bacias oceânicas, não só poderemos aprender uns com os outros, como também inspirar e obter alento para trabalhar em direção a um objetivo comum.

Porque #AsErvasMarinhasImportam

Mohamed Ahmed Sidi Cheikh e Maria Potouroglou

Fotografia principal: Reforço de capacidades no oceano na Guiné-Bissau. Crédito: Rob Barnes, GRID-Arendal

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