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Primeira Sessão de Formação Nacional de Identificação, Cartografia e Monitorização de Espécies de Ervas Marinhas da ResilienSEA realizada em Guiné

O workshop foi o primeiro de uma série de sessões de formação nacionais de identificação, cartografia e monitorização de espécies de ervas marinhas realizadas nos sete países-piloto da ResilienSEA.

De 28 de outubro a 1 de novembro de 2019, realizou-se em Guiné a primeira sessão de formação nacional da ResilienSEA sobre técnicas de identificação, cartografia e monitorização de espécies de ervas marinhas. Esta formação dirigia-se principalmente a cientistas, técnicos e gestores, no sentido de dar a conhecer melhor as caraterísticas das diferentes espécies de ervas marinhas na África Ocidental, a fim de fazer a cartografia das pradarias de ervas marinhas localizadas nas regiões-piloto escolhidas e aprender técnicas de monitorização para futuras observações. As atividades planeadas incluíam também a recolha de dados sobre coordenadas GPS e sensibilização das comunidades locais para a importância das ervas marinhas e dos serviços ligados ao ecossistema que fornecem.

A formação foi ministrada pelo Sr. Mohamed Ahmed Sidi Cheikh, especialista em SIG e ervas marinhas da Mauritânia, e pelo Dr. Mallé Diagana, Coordenador Regional da ResilienSEA. Estava organizada em torno dos seguintes módulos: panorama da biologia e ecologia das ervas marinhas; importância das ervas marinhas e ameaças; cartografia e monitorização das ervas marinhas; recolha e análise de dados; exercícios práticos de SIG e GPS. O trabalho de campo teve lugar em Kassa, uma das ilhas principais do arquipélago das Ilhas de Los, situado perto de Conacri.

Os participantes representavam várias instituições nacionais, incluindo o Centro de Proteção do Ambiente Marinho e das Áreas Costeiras (CPMZC – Centre de Protection du Milieu Marin et des Zones Côtières), o Gabinete de Parques e Reservas da Guiné (OGUIPAR – Office Guinéen des Parcs et Réserves), o Centro de Observação e Monitorização de Informações Ambientais (COSIE – Centre d’Observation de Surveillance et d’Information Environnementales), o Centro Nacional das Ciências Haliêuticas de Boussoura (CNSHB – Centre National des Sciences Halieutiques de Boussoura), o Centro de Investigação Científica Conakry Rogbané (CERESCOR – Centre de Recherche Scientifique Conakry Rogbané), o Herbário Nacional da Guiné (HNG – Herbier National de Guinée) e a Federação Guineense da Pesca Artesanal (FEGUIPA – Fédération Guinéenne de la Pêche Artisanale).

Participantes do workshop em Kassa no segundo dia.

O local selecionado para conduzir a sessão prática da formação foi sugerido com base em informações sobre a existência de ervas marinhas fornecidas pelos pescadores locais, bem como por um estudo conduzido em 2011 pelo Centro de Monitorização Ecológica (CSE – Centre de Suivi Ecologique) e pela WWF. No entanto, veio a descobrir-se que alguns pescadores locais por vezes confundem ervas marinhas com algas verdes.

Embora tenham sido dedicados dois dias a explorar o local-piloto, até ao momento foram encontrados indícios insuficientes para confirmar a presença de ervas marinhas na Ilha de Kassa. “É necessária uma campanha de amostragem com grelhas uniformes para poder confirmar a presença de ervas marinhas. No entanto, embora não tenha sido possível localizar ervas marinhas durante a formação, este potencial local deve ser novamente considerado e explorado mais a fundo no futuro”, declarou o Sr. Sidi Cheikh no final do workshop.

Mohamed Lamine Sidibé falando com os participantes no terreno.

A formação constituiu uma excelente oportunidade para a equipa nacional compreender melhor as diferenças entre ervas marinhas e algas. Além disso, foram também recolhidas informações importantes sobre fatores físicos e oceanográficos favoráveis ao desenvolvimento de pradarias de ervas marinhas a fim de facilitar futuras missões no terreno.

Participante da formação, a Sra. Nagnouma Conde, da equipa nacional da Guiné, observou que “este workshop permitiu-me realmente aprofundar os conhecimentos adquiridos em março passado durante a formação em Joal (Senegal). As investigações no terreno em torno de Kassa, especificamente, ajudaram-me a compreender melhor as técnicas de recolha de dados nos ambientes marinhos e a importância das ferramentas de cartografia.”

Os seguintes indicadores foram identificados como sinónimo da presença de pradarias de ervas marinhas: profundidade (como necessitam de luz, as ervas marinhas são geralmente encontradas em águas pouco profundas ao longo da costa); a presença de ervas marinhas mortas largadas na praia (as ervas marinhas que crescem perto da costa geralmente acabam por ser devolvidas pela corrente várias vezes por ano); o tipo de substrato (arenoso e lamacento para as ervas marinhas); a configuração do local em relação à costa (as ervas marinhas estão frequentemente localizadas em baías abrigadas das ondas).

Foram feitas várias recomendações no final do workshop. Em primeiro lugar, prosseguir com a investigação no local-piloto identificado antes de alargá-la a outros locais ao longo da costa guineense. Foi ainda sublinhada a importância de conduzir um estudo profundo dos locais antes de proceder à sua exploração, com o objetivo de recolher fortes indicações relativas à potencial presença de ervas marinhas. Finalmente, foi considerado necessário desenvolver cartazes em grande formato para os pescadores locais e as equipas nacionais envolvidas na monitorização de ervas marinhas. De facto, destacar informações sintéticas através de infografias de boa qualidade contribui para aumentar a sensibilização e facilita a identificação das espécies existentes na área.

Participantes do workshop e o formador Sidi Cheikh recolhem dados GPS.

“Eu, em particular, estou muito satisfeito com esta formação sobre a identificação, cartografia e monitorização de espécies de ervas marinhas, que reforçou a capacidade nacional dos nossos serviços técnicos encarregados da investigação e conservação do ambiente marinho e costeiro. Este sentimento de satisfação é partilhado por todos os participantes deste workshop, que acreditam que, com suficientes equipamentos de investigação e monitorização, a Guiné está agora equipada para iniciar a identificação e proteção dos seus locais de ervas marinhas, começando pelo local-piloto das Ilhas de Los, antes de cobrir a linha costeira de 338 quilómetros”, declarou o Sr. Mohamed Lamine Sidibé, Diretor-Geral do Centro de Proteção do Ambiente Marinho e das Áreas Costeiras, do Ministério do Ambiente, no final do workshop.

As próximas sessões de formação nacionais de identificação, cartografia e monitorização de espécies de ervas marinhas terão lugar nos outros seis países-piloto da ResilienSEA: Cabo Verde, Gâmbia, Guiné-Bissau, Mauritânia, Senegal e Serra Leoa.

Louis Pille-Schneider

Fotografias: Mohamed Lamine Sidibé

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