A ResilienSEA na Mauritânia
A Mauritânia forma uma ponte geográfica e cultural entre o Magrebe e a África Subsariana. O clima moderado e os solos férteis do Sul destacam-se do árido deserto do Norte. Historicamente, os mauritanos eram nómadas. Em 1960, na época da descolonização, 90% da população ainda era nómada. No entanto, esta tradição diminuiu devido às severas secas, pelo que em 2006 apenas cerca de 5% da população ainda era classificada como nómada.
Atualmente, as estruturas sociais e o povoamento humano estão a atravessar alterações profundas, o que coloca em evidência uma nova ligação à terra. A urbanização acelerou-se drasticamente, à medida que os jovens mauritanos procuram oportunidades económicas. Ao longo da costa atlântica, Nouakchott e Nouadhibou concentram a maioria destas migrações internas. No sul da Mauritânia, a agricultura desenvolveu-se ao longo do rio Senegal e apoia uma grande proporção da população e da economia. As pescas também cresceram com a industrialização das técnicas e a abertura às embarcações estrangeiras. Além disso, a prospeção e exploração petrolífera tornou-se no principal motor dos investimentos estrangeiros e do crescimento económico. As ervas marinhas desempenham um papel significativo na manutenção das pescas e da biodiversidade marinha, bem como na preservação das costas mauritanas.
Importantes esforços foram envidados nas últimas décadas para melhorar a proteção ambiental. Estas iniciativas foram encorajadas por um crescente envolvimento do país em acordos internacionais, multilaterais e regionais. Por exemplo, duas Áreas Marinhas Protegidas (AMP) foram criadas para proteger importantes ecossistemas marinhos e costeiros (Parque Nacional do Banco de Arguim e Cabo Branco). O Parque Nacional do Banco de Arguim é uma das zonas húmidas mais importantes do mundo e constitui um local fundamental para as ervas marinhas.